terça-feira, 1 de setembro de 2009

Manifesto


AFRHUM – Instituto Pedagógico para o Crescimento, Fortalecimento e Valorização da Cultura, do Viver Afrodescendente e dos Direitos Humanos
Manifesto
“...Há que se cuidar do broto/ pra que a vida lhe dê flor/e fruto...”
Milton Nascimento e Fernando Brant.
Bastante já foi feito com relação ao crescimento, fortalecimento e valorização do povo afrodescendente. Muito ainda há para ser implementado. Após mais de trezentos anos de permanência nas terras ocupadas, os negros, trazidos de além mar, e seus descendentes, já pagaram inúmeras vezes o “preço” com o qual foram avaliados pelos seus exploradores e algozes.
Hoje, no terceiro milênio, apesar de termos, ou já termos tido, governadores, senadores, deputados, prefeitos, vereadores, desembargadores, juizes, cientistas e educadores, muitos executivos na iniciativa privada e no terceiro setor nossos olhares hão de se voltar para os jovens em fase de crescimento e que, por conseqüência farão parte do futuro de nosso país.
O AFRHUM - Instituto Pedagógico para o Crescimento, Fortalecimento e Valorização da Cultura, do Viver Afro-Brasileiro e dos Direitos Humanos surge no bojo de uma discussão que, infelizmente para nós, ainda não está esgotada. Pensa-se muito nos políticos; move-se grandes batalhas por representações nas folhas de pagamento dos partidos, do parlamento e do executivo; busca-se apoio para projetos que na maioria das vezes encerra-se em apenas um enquanto a maioria daqueles que realmente necessitam jamais são lembrados nos balcões das grandes negociações.
Que fazer com as famílias que foram desconstituídas? Que fazer com aqueles que desconhecem a importância de hábitos corriqueiros e que não têm acesso a valores que ao menos os sustente?
A folha de pagamento do Terceiro Setor é muito alta. Tanto as parcerias públicas quanto as privadas injetam grande quantias de verba nas ONGs, OCIPs e outras. Infelizmente muito pouco dessa verba chega ao objetivo final.
A modernização dos meios de produção eliminou muitos empregos. Empregos esses que jamais voltarão pois hoje a indústria produz mais usando uma quantia bem menor de operacionais. O avanço tecnológico é um fato. Faltam no mercado profissionais especializados. As escolas técnicas além de estarem concentradas em regiões de maiores concentração de população, cobram custos altíssimos nas mensalidades nos cursos de qualificação. Sobra para as organizações de Terceiro Setor ampliarem os seus tentáculos com a responsabilidade de dirimir os maiores problemas da grande massa que necessita ganhar o seu sustento.
Neste sentido estamos surgindo dispostos a empreender uma árdua labuta no sentido de empoderar os afrodescendentes fazendo com que o tema prioritário seja a sobrevivência, física, cultural e intelectual que passa por metas pontuais como:
Por um melhor conhecimento e um maior aproveitamento da cultura de matriz africana;
Pela prática do escambo e/ou da economia solidária;
Pelo respeito e valorização das tradições africanas e afro-brasileiras;
Pela formação, crescimento, fortalecimento e valorização dos afro-brasileiros;
Pela divulgação e ampliação dos Direitos Humanos junto aos afro-brasileiros;
Por um país de todos e para todos.